segunda-feira

Quando chegar, avisem-me


Sou pessoa para pensar, em quase tudo, até no dia da morte. Não vou escolher o caixão, pois é preciso dar trabalho a alguém que realmente goste de mim ao ponto de lhe deixar a minha colecção de peúgas coloridas.
Flores artificiais é que nunca. Discursos emotivos, gritos de dor, serão sempre bem recebidos pois já não os ouvirei.
Por favor, escolham pessoas da mesma altura para pegar aqui no defunto, quero uma última caminhada bem equilibrada.
Não me virem cinza, há que dar de comer aos bichos.
Quanto à marcha fúnebre, soará imperiosamente: “I am the walrus ” dos Beatles. Sou o homem ovo. Na frigideira, hei-de estrelar o coração. E tenho pensado.

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