segunda-feira

Perdido a três tempos

Tenho pena
e um punhal

punhal com pena
ou pena num punhal

amor... fode-me o coração!
este mordido entre lábios

amor, fodes-me o coração?

amor fodeu-me o coração.
noutro colaremos as penas

sabe a lógica
quiçá manobra de semântica
todo e qualquer sentimento que se deixa cortar

pelas artérias
reconheço uma vida
ainda em construção.

quarta-feira

a inspiração da anorexia

alerta
temos vida
aqui
é só drenar o coração
pasme-se
temos gente

vales de felicidade
já os terão descontado?

tanto osso
afinal quanto pesa a poesia?

aqui
nada

nada comigo outra lua no amanhã que expira.

segunda-feira

Em memória da andorinha que partiu o bico

Lamento
mas não se foge da primavera

antes um amor ou coisa alguma para esquecer
de qualquer maneira
antes a chuva à perda

obrigado
irei plantar as saudades que arrancaste das nuvens.