sexta-feira

MANIFESTO QUALQUER COISA

O tempo mudou
Tomei-lhe as dores
Por não saber pintar sonhos
Declarei-me poeta
Quis crer num qualquer “foram felizes até à placa dentária”
Bastou
Andor que a Santa lavou-se em lágrimas
De espirro em espirro
Flores do adro constiparam
O tempo mudou
Agora, faço ondas ao cartão magnético
Subtil forma de estrabismo colectivo
Pois, pois, pois
Pois somos uma migalha dessa grande brioche que é o mundo
Bem-haja
Aquele capaz de assoar nariz ao umbigo
Vá para escroto que o ampare
Julgam-me desconexo?
Meus caros, não escrevo para mim
Faço-o por mim e por todos quanto abrigo
Na verdade, sou pelos indigentes
Até comem papas dos meus neurónios
Mas calma
Hoje, sou inatingível
Amanhã, cortar-me-ão a meta
Allez, allez
Sardinha já pinga
Na broa da minha tia

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