segunda-feira

"Lágrimas de herdeiros, sorrisos sorrateiros"


O Sr. Abade Tomé morreu mal acabara de ler a sua biografia não autorizada. Talvez nem tivesse dado conta dos sobrinhos que lhe atribuíam. Malditas línguas de trapo. Resta o choro das carpideiras. Mais ou menos preservativo furado, certo é que a sacristia virou contentor de lenços biodegradáveis. O filho do padeiro, o irmão da criada, o neto da catequista Julinha, todos amigos do ambiente, desdenhavam à boca cheia das faltas de comparência. Cada um com seu ramo, cada um com sua carteira. Havia fé. Havia esperança que a morte não fosse anunciada num jornal de grande tiragem.

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