sábado

a purga

poesia?
é a minha cela

dedos?
os meus companheiros

cortem-me os dedos mas nunca as grades

tirem-me a língua mas nunca o soar das conversas banais

nelas encontro gente, promessas e solidão

eu?
já sou carne podre

espero abutres
rasgarão pedaços, amor
como quem esventra uns versos só pelo prazer
o prazer de julgar.

1 comentário: